Bagres da Bola #15 – Harvey Esajas (Internacional)

Amigalhões,

Com a globalização, as redsociais, o google e o diabo a quatro, ficou muito mais fácil tomarmos parte naquilo que tange as coisas da bola quadrada, isto é, falar sobre bagres, tornou-se mais fácil, já que podemos buscá-los em toda parte.

Aqui, vamos priorizar os bondes Brasileiros, mas sempre vai ter espaço para um batedor de tiro de meta internacional.

Para estrear na Bagrância Internacional, nada melhor que começar com um que não deixou dúvidas, que tem uma história inusitada e divertida. Com vocês, Harvey Delano Esajas, holandês, nascido a 13 de Junho de 1974, gordo, porém bem relacionado.

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O presságio de que Esajas seria um aniquilador de jogadas, se confirmou logo cedo, quando ele quebrou a mandíbula de um oponente (de um time AMADOR!) em um jogo de pré-temporada com o Feyenoord, time onde iniciou sua atividade profissional como zagueiro. No time portuário, estreou no ano de 1993, fazendo gol no Ajax e ganhando título, mas era tão perigoso, que só o deixaram entrar em campo 5 vezes naquela temporada. Jogou apenas 3 jogos em duas temporadas depois, e teve que mudar de ares.

Chegou ao Groningen, time que sempre briga para não cair no Batavão. Ali compartilhou plantel com Magno Mocelin, o ROMAGNO e fez 9 jogos. Com medo os dirigentes do clube o mandaram embora e ele acabou no Cambuur, outra agremiação fraca, porém esperta, já que ali, não deixaram Esajas adentrar o relvado em NENHUMA oportunidade. No Dordrecht foi a mesma coisa.

Vale lembrar que a bola é generosa, e a amizade, ainda mais. Esajas, desde a sua adolescência, chupava gelinho com Clarence “Fui pro Fogão mesmo e aí?” Seedorf. E se um amigo normal nunca te deixa na mão, imagina um boleiro. Em 1999, Sidão estava no Real Madrid, e conversando com a chefia, conseguiu colocar, Esajas, armado e perigoso no time B Merengue. Claro que não deu em nada. E algo me diz, que isso pesou na venda de Seedorf para a Inter de Milão ao fim da temporada.

Harvey Delano Esajas, vagou por times obscuros da bola espanhola, e decidiu se aposentar. Corpulento e falastrão, cansou de ser chamado de palhaço pelos recalcado e foi tentar a sorte no…CIRCO!! – Isso mesmo. Antes, ele havia ido ao Suriname, jogar no SV Transvaal, onde o colocaram para jogar na meia cancha. Esse fato só reforçou sua convicção de se aposentar e tentar a sorte nos picadeiros.

Perdido, sozinho, errando de bar em bar (inclusive lavando pratos em alguns), em 2004 Harvão pensou: “Porque não dar um chego lá no Milanello para visitar o Sidão?” – A vida não tava fácil para ninguém, e o amigo famoso sempre pode dar uma luz, veja o que o Pet fez pelo Tadic, o motorista que virou goleiro. Rechonchudo, Esajas mandou um “sabe como é né” pro Seedorf, “tava afim de voltar a jogar”. Clarence seguiu batendo bola, mas chamou Carlo Ancelloti, mister do Milan na altura e disse “Carlão, tem uma vaga pro meu truta aqui?” – O técnico acabou aceitando, mesmo vendo aquela silhueta de 1,85m e 100kilogramas.

Depois de meses comendo saladinha, Esajas emagreceu, e inacreditavelmente, lhe ofereceram um contrato. Era a temporada 2004-05. Na partida de volta contra o Palermo pela Copa da Itália, o impossível aconteceu: o holandês entrou em campo, substituindo Costacurta, uma lenda. Naquela temporada, o Milan chegou a final da Champions League contra o Liverpool, muitos fóruns dizem que Esajas fazia parte da equipe, mas efetivamente, ele só jogou aquele jogo. Ainda assim, sua história é fantástica.

Lá vem Esajão, cheio de paixão!

Dois anos depois, renovado e feliz, ele encerrou sua carreira definitivamente. Poupou muitas pernas de serem quebradas, mas mostrou que um Bagre nunca deve andar só, e que afinal de contas, sempre se tem uma chance nessa vida.

Hoje ele ataca de repórter, mostra simpatia e que assim como Seedorf, tem facilidade para aprender idiomas. Futebol não, mas idiomas sim.

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